Fique Ligado!

Oi galera, participem do Blog deixando seu comentário, mandando dicas e sugestões.

em breve mais PSI TEXTO

Qual é a melhor postagem do blog em sua opnião?
O que você gostaria de ver no Blog/

participem na página Psiu.

Descupem por não ter sido postado nada durante esse periodo, isso decorreu decorrente a problemas pessoais, peço a compreenção, mas continuem participando.


sexta-feira, 13 de maio de 2011

RESISTÊNCIA À MUDANÇA

Renata de Mello Campos Limmer
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
Graduada em Engenharia de Produção pela UFRJ



1. MUDANÇAS
1.1 - Conceituação
Entende-se por mudança o ato ou efeito de mudar, de dar outra direção, dispor de outro modo. Mudar é, portanto, transferir, alterar ou transformar.

1.2 - Verdades e Mentiras sobre as Mudanças

  • Tudo está mudando da noite para o dia
Quer em nosso trabalho, quer em nossa vida pessoal, as mudanças vem ocorrendo em taxas cada vez maiores. Porém, apesar de rápidas, as mudanças não são instantâneas. Muitas pessoas desperdiçam seu tempo e energia queixando-se da velocidade das mudanças, ao invés de concentrá-los na adaptação às mesmas, ou mesmo em sua promoção.

  • Mudança é sinônimo de Melhoria
Não necessariamente: mudanças erradas podem significar retrocesso. Freud, por exemplo, apoiou uma mudança no tratamento da neurastenia, introduzindo a cocaína, à qual teceu um hino de louvor e denominou de "substância mágica". Só mais tarde, porém, percebeu-se o dano que esta droga causa. Assim, apoiar entusiasticamente todas as mudanças é ingênuo.

  • Mudanças sempre trazem dificuldades para as pessoas
Não necessariamente. Aceitar esta falácia universal equivaleria a deter mudanças mais positivas. Por exemplo, sustar a Revolução Industrial provavelmente evitaria a exploração dos operários, principalmente mulheres e crianças, mas também manteria as dificuldades da vida agrária que aviltavam ou escravizavam a grande maioria da população.

  • A mudança traz recompensas para quem a estimula
Em parte. A inovação muitas vezes traz o conflito, seja com os defensores do status quo, seja com colegas invejosos. Além disso, nem sempre há recompensa em forma de reconhecimento ou dinheiro.

  • O Homem, infinitamente adaptável, pode suportar qualquer mudança
Não é verdade: há alguns limites para a quantidade de mudanças que pode ser absorvida por um ser humano. O superestímulo psicológico pode prejudicar a capacidade humana de percepção, pensamento e decisão.

  • Todas as pessoas resistem a Mudanças
Alguns pesquisadores afirmam que o homem está equipado com uma resposta de orientação que lhe permite uma reação neurológica à mudança. Seus sentidos despertam e suas batidas cardíacas se aceleram quando ocorrem mudanças no seu trabalho. Porém, nem todas as pessoas resistem à mudança: algumas progridem com ela, outras não.

Evidencia-se, portanto, a necessidade de compreender o fenômeno humano da "Resistência às Mudanças": sua caracterização, os fatores que para ele contribuem e as formas de combatê-lo.

2. RESISTÊNCIA ÀS MUDANÇAS

2.1 - Caracterização
Em Relações Industriais, define-se "Resistência a Mudanças" como o comportamento que pretende proteger o indivíduo dos efeitos de uma modificação real ou imaginária (o indivíduo pode estar reagindo a situações que não foram de fato modificadas, mas que ele julga que tenham sido, ou receia que venham a ser).

O comportamento daqueles que resistem pode tomar a forma de hostilidade implícita ou expressa abertamente, contra a própria modificação ou contra o administrador, traduzindo-se em falta de esforço, apatia, desinteresse ou ineficiência.

No entanto, nem todo comportamento que se opõe às modificações é resistência. Uma dada oposição às modificações pode ser perfeitamente lógica e baseada em razões bem fundamentadas. Para que se trate de resistência, o comportamento deve estar tentando proteger a pessoa contra as conseqüências da mudança.


2.2 - Fatores que contribuem para a Resistência a Mudança

    • Informação Incompleta
A resistência surge quando a natureza da modificação não está clara para as pessoas envolvidas. É o que ocorre quando os comunicados são lacônicos, e não descrevem a mudança e seus efeitos de forma satisfatória.

    • Pluralidade de Interpretações
Indivíduos diferentes percebem significados e conseqüências diferentes numa mesma proposta de mudança. Assim, pode haver resistência mesmo quando a informação é completa.

    • Falta de Participação no Processo Decisório
Pessoas forçadas a aceitar uma modificação que lhes afete tendem a resistir quando não possuem tempo para desenvolver sua própria compreensão da necessidade da modificação e não opinam na implantação.

    • Modificação em Bases Pessoais
Modificações introduzidas em função do "EU acho necessário" ao invés de "NOSSOS objetivos...", ou "regulamentos vigentes..." acarretam maior resistência.

2.3 - Formas de Atenuar a Resistência

Como princípio geral, pode-se dizer que a resistência será evitada na proporção em que aquele que introduza a mudança conheça os sentimentos das pessoas afetadas a respeito desta, e os auxilie a compreender sua necessidade.

Desta forma, é interessante tentar diagnosticar as causas da resistência e trabalhar sobre elas, ao invés de procurar abafar seus sintomas. Para tanto, a comunicação bilateral é imprescindível: a experiência demonstra que novos pontos de vista só são aceitos por uma pessoa quando ela tem a oportunidade de expressar suas antigas opiniões.

Além disso, a resistência é atenuada se o próprio grupo diagnostica a necessidade de mudança e participa das decisões sobre o caráter e a forma da modificação.


2.4 - Conclusão

Em suma, a resistência é um problema que será enfrentado por quem quer que realize mudanças. Embora seja um comportamento estranho e inesperado, tem causas que podem ser compreendidas. A resistência será evitada se o administrador auxiliar as pessoas que serão afetadas a compreender a necessidade da modificação, se tiver conhecimento explícito de como essas pessoas se sentem a respeito dela e se souber o que pode ser feito quanto a isso.

Referências Bibliográficas
BALCÃO, Yolanda F., CORDEIRO, Laerte L. Comportamento Humano na Empresa. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1967.
GHOSHAL, Sumantra, BARTLETT, Christopher. A Hierarquia treme. Melhor Assim. EXAME, São Paulo, 7 de junho de 1996.
HERSEY, Paul, BLANCHARD, Kenneth. Psicologia para Administradores de Empresas. 2a ed. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária, 1977.
MORGAN, John S. Administração da Mudança: As Estratégias para Tirar Proveito da Mudança. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1976.
SCHEIN, Edgar. Psicologia Organizacional. 3a ed. Rio de Janeiro: Prentice Hall do Brasil Ltda., 1982.

Nenhum comentário:

Postar um comentário